quarta-feira, 20 de maio de 2009

De Zulmiro, O Conselheiro

Hoje faz 26 anos que partiu para outra vida meu avô Zulmiro. Eu tinha doze na época.
Foi uma convivência curta, mas intensa e cheia de histórias do tempo em que ele foi tropeiro.
Tinha uma que me impressionava por demais: diz que durante uma tropeada no auge do inverno (e dizem que os invernos de décadas passadas eram bem mais gelados), ele procurou o abrigo de uma taipa para pousar e se proteger do vento minuano. Quando começou a clarear o dia, levantou-se da cama de arreios, sacudiu a geada do poncho e só então viu que a taipa era de um cemitério de campanha... Eita...
Além das histórias do Zulmirão, ficaram dele também alguns legados muito mais valiosos do que campo e rebanhos:
1) o valor da palavra empenhada
2) a dedicação ao trabalho
3) o amor pela natureza, especialmente pelos campos e bichos
4) a importância de viver cercado de amigos
5) a paixão pela música.

De Zulmiro, O Conselheiro era o título de um texto do prof. Mário Gardelin publicado na imprensa naquele ano de 1983. Quem sabe ainda consigo uma cópia...

*Momento Houaiss: taipa é um muro de pedras encaixadas a mão uma por uma.

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